Cidadela
Eu e minha sorte,caminhando pela noite
ao encontro da morte.
Em cada esquina uma prostituta,suas carnes róseas nublando a alma
essa tal pedra fria e sepulcral.
No meio da noite há uma mãe chorando,
na escuridão há uma criança morta.
Há uma criatura que soluça, e homem que se debruça na sacada a saltar.
Viciados nas sarjetas,humanos vivendo na podridão.
Culpa dos grandes homens de terno e seus colarinhos brancos,rostos cobertos de vergonha e sem coração.
Na penumbra um corpo tomba,
um pai enlouquece, a arma dispara acidentalmente...
Pela treva uma ave gorjeia,seu canto funéreo pranteia o inocente que vendeu seu corpo por míseros farelos, e a menininha que desfalece quando a sombra lhe enterra os caninos.
Eu sou apenas um ladrão de cadáveres,quero minha mesa enfeitar,
eu sorrio sem alegria porque sou vazio.