Penumbra

Sinto nas sombras, minha alma a se esfacelar

Meu corpo a esmorecer

E minha vida, enfim, a se esvair.

Será o fim?

Todas as dores começam a findar-se

Os conflitos de outrora, agora não passam de uma lembrança

Mais uma vez eu pergunto:

Será o fim?

Nas minhas últimas forças esmero-me em fechar minhas têmporas

As pupilas, agora não retêm mais uma luz que retenha vida

Os primeiros passos da morte já são visíveis

Acredito ser o fim

Mas, então por que continuo a sentir esta dúvida diante das certezas?

Eis que no último segundo,

No último suspiro, antes do corpo desabar perante a exaustão

Vejo num átimo de segundo, comprimido pelas ondas do tempo

Aquela que hei de me libertar,

E ela sem nada saber, age num solilóquio único e sagaz, fazendo a mais simplória

E, no entanto, mais bela das ações:

Ri

E o pulso volta a pulsar...

Andarilho das sombras

Rousseau e o Andarilho
Enviado por Rousseau e o Andarilho em 09/07/2011
Código do texto: T3084263