Cinza
Inda lembro seu riso, seu cheiro, seu laço
Sinto seu abraço quando fecho os olhos
Olhos lacrimejosos onde a luz extinguiu-se
Olhos esses, que outrora brilhosos
Se julgavam ditosos
Por sobre seu peito, seu pêlo deitar-se
Sigo a estrada porque não posso voltar;
Perdida em meus passos, soluço fraco
Enquanto em meu peito parecem brotar
Aquelas pequenas partículas de dor
Que chegaram quando você se foi.
A estrada me trás arrastada diante do abismo...
Fecho meus olhos enquanto caio
Vôo em direção à liberdade
E em meu desmaio
Caio em teus braços
Apenas para voltar à consciência
E descobrir que o mundo é cinza.