Desgraça
Deito no túmulo, ó dama
Tuba fria e aqui te espero.
Caí, caí como a Babilônia.
Cubra, ó dama esse túmulo,
Lance das suas macias mãos flores,
Bonitas flores perfumadas,
Jogue lírios e camélias, folhas de alecrim,
Folhas de laranjeiras e ervas doces,
Cubra a tumba, ó dama faça dele um lençol,
Lençol que naquela noite era de seda,
Que encobria a cama, cama que presenciou
Nós dois, ó dama, numa noite outonal.
Deite comigo, ó dama nesse túmulo.
Cubra seu corpo com a sua melhor camisola,
Perfuma-se com seu perfume de jasmim,
Deita, deita, ó dama
Na tumba fria, junto de mim.
Caí, caí como a Babilônia.
Cubra, cubra a tumba,
A voz da elegia ecoa.
Os cânticos dos anjos abrem as portas do céu...