HORIZONTE
No claro céu
que talves seja azul
ou talves não,
olho pro lado sul
do meu coração
e não te vejo;
calado corpo,
fugiu-te o desejo.
No imenso mar
que talves seja verde
ou talves não,
tento agora ver-te
nas ondas, em vão.
Peixes, sereias
em risos e ironias
das dores alheias.
A terra não quero,
cansei do olhar perdido,
que em cores muitas
se desfaz sofrido.
Só enxerga além
do céu, do oceano;
vê alguém, às vêzes
ou pode ser só
outro triste engano.