NO DESERTO DA ALMA

Saltam versos tristes e ecoam

no recôndito do meu coração

feito sussurro da brisa que, lânguida,

revolve os teus cabelos indiferentes

No ar, débeis melodias lúgubres

que se transformam em lâminas afiadas

e avançam fundo n'alma rasgando,

destruindo, amalgamando dor e angústia

Arde melancolia e consome as entranhas

desse poeta perdido nas brumas de gélida

e incomensurável tristeza mórbida,

cujas garras já lhe foram cravadas sem dó!

Quero sorrir, anseio festejar e cantar,

todavia parece que a tenaz da morbidez

fecha-me os lábios e uma vasta sombra

melancólica cobre-me e turva-me os olhos

Busco e encontro na poesia o oásis

nesse deserto da vida humana,

através do qual é saciada a sede da alma

por onde andarão as palavras de minha inspiração

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 29/06/2011
Código do texto: T3065409
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