Sem Pressa
A noite está tão fria
E gelada, e tão silenciosa
Que posso ouvir o tilintar
Das estrelas que brilham
Sem parar, no céu calmo
O sono não vem
A noite não passa
As ideias não morrem
Nem minha esperança
E lembro-me de tudo
E tento esquecer
De tudo, de nada
Estou confuso
E às vezes acho que
O mundo não gira
Ou não para
Ou não gira sem parar
Ou não para de girar
Mas ainda estou aqui
Sozinho, com frio
Com medo, sem sono
Esperando o dia de viver
E de sonhar e de aprender
E esquecer de tudo que vivi
De tudo que sofri
De tudo que aprendi
De tudo que errei
Mas quando errei, descobri
Que a vida não passa de um sonho
Que o mundo gira sem parar
Sem dó, sem pressa
Que a vida dorme devagar
Com dor, como essa.
(Paulo Adriano)
30 de maio de 2011