Lágrimas de um anjo
Dá pena de ver
Aquela moça
Encolhida no recanto
Infeliz...
Pensando nos sonhos
Que poderiam ser
Mas não são
Apenas não são.
Disse-me um dia
Que os anjos do céu não existem,
Pois quando crê ser a luz
Aparece-lhe a hipocrisia.
Se existem
São anjos negros,
Guerreiros feridos
Que nos fazem sofrer.
A plantção de rosas amarelas
Estão crescendo,
Porém as petúnias vermelhas
Minguam junto a lua.
A chuva representa
O amor que nos falta,
O tempo que nos desune...
Apenas um negrume.
A moça levanta
Pedindo às nuvens
Que cheguem um pouco para lá,
Pois de ausência
Nada lhe faltará.
E quando olha para dentro
O que vê não é nada mais
Que um aspectro...
Uma simulação de vida.
Uma dor infinita
Que arde por existência,
Uma flor, uma margarida...
Que não lhe pertence mais.