Mais Triste.

É triste, diz a gente, a vastidão

Do mar imenso! E aquela voz fatal

Com que ele fala, agita o nosso mal!

E a Noite é triste como a Extrema-Unção.

É triste e dilacera o coração

Um poente do nosso Portugal!

E não vêem que eu sou... eu... afinal,

A coisa mais magoada das que são?!...

Poentes de agonia trago-os eu

Dentro de mim e tudo quanto é meu

É um triste poente d’amargura!

E a vastidão do Mar, toda essa água

Trago-a dentro de mim num mar de Mágoa!

E a noite sou eu própria! A Noite escura!...

Autoria: Florbela Espanca.

Flor Bela de Alma da Conceição
Enviado por Flor Bela de Alma da Conceição em 27/06/2011
Reeditado em 16/08/2011
Código do texto: T3060239
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