O chicote estrala.
O chicote estrala.
Gritaria de cicatrizes que não se acabam.
Uma maratona onde, talvez, a chegada seja apenas a morte.
Porque caminhar sem saber é cansativo,
Mas não se pode parar no meio do caminho.
Com tudo isso, ainda existe sorriso.
A esperança é de que o futuro abra os braços.
Quem sabe, viva num asilo com o silêncio de um paraíso.
Pois, uma hora, a marca do chicote cansa.
Cansa viver num lugar sem ter reconhecimento.
Lutar contra o desrespeito do conhecimento
Numa massa de auto-sustentabilidade, onde ouvimos risos de maldade,
Enquanto somos escravos do suor,
Enquanto somos como adelo com peças usadas
De um mínimo de salário.
Enquanto vemos uma fila desagregadora,
Vamos entoando num sorriso convencional agregador.
Vai, então, empoada nossa disponibilidade,
Enjoado o nosso caráter.
Então, eles fazem miscibilidade de nossas paciências.
Mas, ainda sem saber que não há como combater,
Segue o sorriso, mesmo que seja de canto.
Mas, enquanto ainda existir esse tratamento pouco convencional,
Ainda temos que saber tranquilizar o emocional.
Pois, ainda, o que resta é o sonho de um albergue,
Onde possamos esticar os pés, descansar os braços e tranquilizar a mente.