Castelã.

Altiva e couraçada de desdém,

Vivo sozinha em meu castelo: a Dor...

Debruço-me às ameias ao sol-pôr

E ponho-me a cismar não sei em quem!

Castelã da Tristeza, vês alguém?!...

— E o meu olhar é interrogador...

E rio e choro! É sempre o mesmo horror

E nunca, nunca vi passar ninguém!

— Castelã da tristeza por que choras,

Lendo toda de branco um livro d’horas

A sombra rendilhada dos vitrais?...

Castelã da Tristeza, é bem verdade,

Que a tragédia infinita é a Saudade!

Que a tragédia infinita é Nunca Mais!...

Autoria: Florbela Espanca.

Flor Bela de Alma da Conceição
Enviado por Flor Bela de Alma da Conceição em 26/06/2011
Reeditado em 16/08/2011
Código do texto: T3059161
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