Sobre pássaros e pétalas

Amar sozinho é ser pássaro com uma única asa.

Apenas anda torto, em vão,

Não voa...

Busca, no solo, cruzar pelo céu da felicidade que sempre será incompleta.

Amar sozinho é ser pássaro dentro de uma gaiola de portas abertas

E... mesmo assim... decidir não ir embora

É optar por estar preso...

Não tem sabor a liberdade

Desfrutada na mais sublime solidão...

A verdadeira beleza do ser só é vista pelos olhos de quem a procura,

Só a enxerga quem esquece os defeitos e limites

Só a sente quem capta a sua luz...

Luz invisível, abstrata, imutável...

Embora ajustável a todos os seres.

Sou um pássaro de uma asa só,

Sou a ave que, mesmo numa gaiola aberta, decide ficar...

Sou a liberdade de estar presa,

Sou a beleza que passou,

Sou incompleta...

Sou como a pétala,

Que lançada ao chão no desfalecer da beleza da flor,

Sou esmagada pelos pés de quem, um dia,

Sentiu o meu perfume...

Gorete Duarte
Enviado por Gorete Duarte em 25/06/2011
Código do texto: T3055486
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