Sobre pássaros e pétalas
Amar sozinho é ser pássaro com uma única asa.
Apenas anda torto, em vão,
Não voa...
Busca, no solo, cruzar pelo céu da felicidade que sempre será incompleta.
Amar sozinho é ser pássaro dentro de uma gaiola de portas abertas
E... mesmo assim... decidir não ir embora
É optar por estar preso...
Não tem sabor a liberdade
Desfrutada na mais sublime solidão...
A verdadeira beleza do ser só é vista pelos olhos de quem a procura,
Só a enxerga quem esquece os defeitos e limites
Só a sente quem capta a sua luz...
Luz invisível, abstrata, imutável...
Embora ajustável a todos os seres.
Sou um pássaro de uma asa só,
Sou a ave que, mesmo numa gaiola aberta, decide ficar...
Sou a liberdade de estar presa,
Sou a beleza que passou,
Sou incompleta...
Sou como a pétala,
Que lançada ao chão no desfalecer da beleza da flor,
Sou esmagada pelos pés de quem, um dia,
Sentiu o meu perfume...