O ESTADO DAS COISAS

O dia nublado
O olhar imóvel
A rua deserta
A dor insolúvel
O poema roto
O corpo cansado
O desconforto
Os retalhos
 De si
Descompassado
Do ré mi,
Os tantos atalhos
Em busca do nada
Os cabelos grisalhos
A alma carente
A vontade de chorar
O tempo perdido,
A estranha sensação
De eterno vazio
De um rio
A correr...
Em direção
A um mar
Inexistente
E a interrogação
Infiltrada
Na vida concreta
Qual o sentido
                       do viver
                                     ...
                                 ?