Nem mesmo o tempo é capaz
Meu sangue parece estar tão gelado quanto minha alma
Nem mesmo o tempo é capaz de saciar essa dor
Minutos avante, vontade interminável de tentar acabar com tudo
Com as próprias mãos – por um fim a esta caótica e plangente vida
Se pudesse congelar algo
Mesmo que por um segundo
Seria meu coração
Para assim poder arrancá-lo de vez
Não é querer desistir da vida
É querer paz, querer viver sem todo esse sofrimento
Causado pelas lembranças que tanto insistem em me perturbar
Deixando-me sozinho e sem um pingo de esperança
Nada mais consegue me tirar desses devaneios
Cada vez mais constantes e demoráveis
Que insistem em me fazer
Sofrer só por pensar em ser
Alguém digno de viver – melhor talvez
Só quero que a felicidade
Seja mais presente em mim
Para que possa haver esperança
E talvez, vida dentro de mim
Mas acostumado já estou
Com toda essa dor
Que insiste em me fazer lembrar
De quem realmente sou...