Inércia!
Quisera ser ar, peixe, pedra,
Uma cabana perdida na solitária floresta
Flor, até um jardim inteiro,
Quisera ser essas coisas animadas e inanimadas
Inferiores aos humanos tão desumanos
Quisera ser rochedo, o fundo dos oceanos
Dos pantanos a lama
Quisera ser essas coisas que nunca pecaram
Algumas embelezaram
E outras estiveram porque tiveram que estar
Quisera ser o grito mais mudo
O absurdo de viver opaca, calada
Desperta, semi dormindo
Sem nunca precisar ser perdoada
Nem mesmo precisar ser absolvida
Diante do alivio da aparente inércia
Sem nunca pecar.