Inércia!

Quisera ser ar, peixe, pedra,

Uma cabana perdida na solitária floresta

Flor, até um jardim inteiro,

Quisera ser essas coisas animadas e inanimadas

Inferiores aos humanos tão desumanos

Quisera ser rochedo, o fundo dos oceanos

Dos pantanos a lama

Quisera ser essas coisas que nunca pecaram

Algumas embelezaram

E outras estiveram porque tiveram que estar

Quisera ser o grito mais mudo

O absurdo de viver opaca, calada

Desperta, semi dormindo

Sem nunca precisar ser perdoada

Nem mesmo precisar ser absolvida

Diante do alivio da aparente inércia

Sem nunca pecar.

Laisa Mattos
Enviado por Laisa Mattos em 20/06/2011
Código do texto: T3046035
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