Sentimento em extinção
Havia um campo em meu peito.
Onde suaves brisas bailavam com flores silvestres,
Nesse espaço cresceu uma mata densa,
Com arbustos enormes.
Jogo-me mata à dentro,
A caça de um sentimento.
Pulo de galho em galho,
Umedecida de orvalho,
Que são lágrimas à derramar.
Às vezes piso em chão firme,
Tentando evitar os espinhos,
Que teimam em mim espetar.
Com raiva vou seguindo,
Pisando nos novos brotos,
Não é este o sentimento que procuro,
Mas é com ele que mim movo,
Ouço os gritos da esperança,
Mas nesta mata fechada,
É como uma criança rouca à chamar.
O seu eco se espalha,
O barulho atrapalha-me,
Continuo a caçar.
O que procuro é a alegria,
Que teima em se afastar.