CABOCLO
Lá se vai João Preto,
Levando cavaco e lenha,
Com seu burrico vai passando,
Carregando dores que desdenha.
Prá João Preto tempo ruim não tem
Caboclo forte e trabalhador,
Puxando enxada de sol a sol,
Plantando milho a todo vapor.
João preto sempre foi homem de fé,
Sempre rezava e agradecia,
Quando passava pela igrejinha
Sempre chegava e ao padre ia.
Mas o que João Preto não conseguia,
Era aquietar seu coração,
Pensando no amor que se foi,
Sem aviso e sem razão.
Ia sempre ao cemitério,
Onde jaz o seu amor,
Chorava desconsolado,
Sem vergonha e sem pudor.
Quem conhecia João Preto,
Dizia que sofria calado,
Sofria do amor que não tinha,
Tristeza no semblante cansado.
~ ~ o ~ ~
(*) Inspirado na ilustração
(*) Imagem do google.