CABOCLO

Lá se vai João Preto,
Levando cavaco e lenha,
Com seu burrico vai passando,
Carregando dores que desdenha.

Prá João Preto tempo ruim não tem
Caboclo forte e trabalhador,
Puxando enxada de sol a sol,
Plantando milho a todo vapor.

João preto sempre foi homem de fé,
Sempre rezava e agradecia,
Quando passava pela igrejinha
Sempre chegava e ao padre ia.

Mas o que João Preto não conseguia,
Era aquietar seu coração,
Pensando no amor que se foi,
Sem aviso e sem razão.

Ia sempre ao cemitério,
Onde jaz o seu amor,
Chorava desconsolado,
Sem vergonha e sem pudor.

Quem conhecia João Preto,
Dizia que sofria calado,
Sofria do amor que não tinha,
Tristeza no semblante cansado.


          ~ ~ o ~ ~


(*) Inspirado na ilustração


(*) Imagem do google.
Sary
Enviado por Sary em 16/06/2011
Código do texto: T3039492
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