Calada...
Calada estou... calada ficarei...
O silêncio é tudo que tenho...
Para entender quanto errei...
É no vazio que me detenho...
Calada... suporto tudo calada...
Sufocando lágrimas na garganta,
Fugindo de uma árdua estrada...
Falar é bobagem... nada adianta!
Calada prosseguirei. - Até quando?
Até esta dolorosa ferida cicatrizar,
E o esquecimento secar meu pranto.
Até que eu possa novamente cantar.
Calada... calada pretendo ficar...
Exorcizando o imenso fantasma
Que teima em me assombrar...
Como a sugar todo meu plasma.
Calada... vejo o dia nascer e morrer,
Vendo o sol se pôr, outro dia nascer.
Sem poder a má sorte compreender...
Vendo tudo... sem me convencer...
Calada vou partindo, fugindo de tudo.
Escoando do meu ser a autopiedade.
Todos os infortúnios deste mundo...
Sem deixar vestígios ou saudade!...
Mary Trujillo
20.04.2011
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