pobre peão
Olha seu moço...
Aquele rancho de sapé
Lá na várzea, solitário.
Pau-a-pique mal quinxado
Uma janela uma porta
Aquele rancho...
Era um rancho de peão
Ante-sala da miséria
Onde só havia pobreza
Mas, o que isso importa.
Ao povo da cidade...
Pobre peão...
Pobre vida do interior
Onde o progresso não chega
Apenas vans promessas.
Pobre peão...
Que um dia acreditou
Que o futuro lhe traria
Uma vida bem melhor.
Pobre peão, quanta ilusão.
A tua Fé, a tua esperança.
Hoje são apenas lembranças
Do que foi, um sonho de criança.
Seu moço, eu já morei.
Neste rancho.
Que parece abandonado
Mas, não está, ali deve morar.
Alguma alma de peão.
Volnei R.Braga