*** GRITOS ***
VOU GRITAR AO MUNDO, AO UNIVERSO, A TODOS OUVIDOS QUE OUÇAM: MEUS PRANTOS E DE DOR GEMIDOS!
MEU EU QUASE AUSENTE DE MIM NOS DELÍRIOS DAS LOUCURAS DO AMOR;
NÃO CABEM EM MEU PEITO, AUSÊNCIA DE AFETO E TANTA DOR!
QUERO QUE SE PERCAM NO ESPAÇO RUMO AO INFINITO;
DE TODAS DORES GUARDADAS ELAS EM UM SÓ GRITO!
QUE OS PLANETAS SE DESALINHEM,
QUE A LUA ENTRE EM ECLIPSE...
VOU GRITAR AO MUNDO QUÃO TRISTE DOR DESTE AMOR QUE NÃO MAIS EXISTE!
NA MANHÃ, NA TARDE, NA NOITE A INSÔNIA QUE REVOLVE A ALMA NA VIGÍLIA QUE PERSISTE.
VOU GRITAR AO MUNDO DOR QUE DE MIM NÃO DESISTE!
ANTES QUE EU VIRE PEDRA CRAVADA A BEIRA DE UM LAGO CUJOS RAIOS REFLETIDOS,
ME ENDUREÇAM E ME CEGAM!
ESTE AMOR QUE SÓ FEZ DOR A MESCLA DAQUELE QUE ROUBOU MEUS SENTIDOS!
GRITAREI MINHA DOR A TODOS QUE TENHAM OUVIDOS!
A DOR DE UM AMOR POR NÃO TER O MEU MERECIDO.
DEIXAR QUE REINE O DELÍRIO, A SOLIDÃO O ABANDONO...
SEREI PEDRA Á BEIRA DE UM LAGO, SEM CARÍCIAS OU AFAGOS!
MUDA FICAREI AO TEMPO, RENEGANDO O SOFRIMENTO...
O SUPORTAR DE UM AMOR QUE SOLIDIFICOU-ME DE TAMANHA DOR!
DESENHAREI-ME COMO PEDRA, UMA FORMA INANIMADA.
MESMO ASSIM AO LAGO, AO SOL, A NOITE, AO DIA...
GRITAR ATÉ EMUDECER ARRANCANDO DAS DORES AOS GRITOS,
TODAS AS DORES E CONFLITOS, AMOR QUE SÓ FEZ SOFRER...
ALCANÇANDO NO SILÊNCIO DA PEDRA, A PAZ DE TER SIDO ABANDONADA,
UM AMOR QUE MEU AMOR NÃO MERECIA!
SÓLIDA DIANTE DO LAGO TRANQUILO E AO TEMPO...
DEIXAR TALHAR A FORMA QUE QUISERA,
DE TANTA DOR VIVIDA: UM ANIMAL OU UMA FERA!
AUT. ***Jaqueline Lopes***