Se é para doer
que a dor seja insuportável.
Se é para não ter
Que se leve o pouco que me resta.
Se é para terminar assim
Que nem se comece nada, enfim.
Se é para lembrar
Lembre-se de você e esqueça de mim.
Eu sabia que este dia chegaria
Em que teria de deixar tudo para trás
Não se leva juventude e beleza
Nem certeza às portas da morte
Não se leva esperança e nem ilusões
Nem tolas preces às portas do inferno
Não se leva música ao antro do silêncio
Não se leva palavra e nem poesia
Não se aguça o olhar na escuridão
Aquieta-se apenas a vontade de ver
Não se mergulha lembrando ou lembrado
Nas profundezas do esquecimento
Sabia que este tempo chegaria
E não se chega impune a este dia
Sem ter morrido no momento que se foi
O não sentido, o não vivido, o não proferido
O não comovido diante do dia não amanhecido
Não se chega a este dia sem antes ter-se ido...
que a dor seja insuportável.
Se é para não ter
Que se leve o pouco que me resta.
Se é para terminar assim
Que nem se comece nada, enfim.
Se é para lembrar
Lembre-se de você e esqueça de mim.
Eu sabia que este dia chegaria
Em que teria de deixar tudo para trás
Não se leva juventude e beleza
Nem certeza às portas da morte
Não se leva esperança e nem ilusões
Nem tolas preces às portas do inferno
Não se leva música ao antro do silêncio
Não se leva palavra e nem poesia
Não se aguça o olhar na escuridão
Aquieta-se apenas a vontade de ver
Não se mergulha lembrando ou lembrado
Nas profundezas do esquecimento
Sabia que este tempo chegaria
E não se chega impune a este dia
Sem ter morrido no momento que se foi
O não sentido, o não vivido, o não proferido
O não comovido diante do dia não amanhecido
Não se chega a este dia sem antes ter-se ido...