FÚNEBRE VALSA
Corta-me a sombra, a carne amada,
Que amei muitas vezes em delírios,
Qual foice faminta a ti foi destinada,
Como a podar os meus lindos lírios.
Chegou o momento da triste sinfonia,
Que devora lamentos em velas acesas,
Qual sepultura se vê por quem sofria,
Na imensidão d’uma vida sem defesas.
Numa ponte onde um escuro musgo se estende,
Um rio que trafega, traz a gôndola em chamas,
Entre pássaros negros, abre-se redemoinho céu,
Vem buscar o que foi dito, mas, não se entende,
Quem da mente procura a verdade que tu clamas,
Dela desce a morte que te cobre com um fino véu...
No último adeus, em suas frias vestes de sepultamento,
No jazigo florido que te espera, lágrimas inconsoladas,
Um coração que bateu tão forte a procura do salvamento,
Agora está inerte! Resta-nos só despedidas amarguradas...
Nesta música que levou em lamento sua alma lentamente,
E abarcou sua coragem na ancoragem de um outro mundo.
“A sua imagem será guardada como um presente reluzente”
“Aqui ficou o amor que deixaste neste teu sono profundo”
Ps. Homenagem póstuma ao meu irmão Jardel Batista.
Nasc. 29/5/1960.
Falec. 08/06/2011.