Sepulcro Fechado II

Ó que lugar inóspito, frio, sombrio, e cinzento;

Outrora recanto iluminado na pujança que canta,

Adornados por jardins frondosos, verdejantes e floridos,

Que dantes, andorinhas, riscavam o céu livremente,

Com asas douradas, confundindo-se com os raios solares!

Ó terra bendita, onde príncipes, princesas,

Cavalheiros, mulheres, homens e crianças...

Viveram felizes. Foram risos e presentes.

Foram almas, armas, e sonhos...

Espíritos animados.

Suspiros dobrados.

Saudades infindas!

Agasalhados - agora, em tranças e galhos secos,

Na penugem do tempo infindo...

Onde folhas e aves, se abrigavam,

Confortavelmente,

Nas velhas árvores,

Sem lamentos!

E os pássaros, ah os pássaros!

Voavam livres ao sabor do vento;

E o verão se foi, e o inverno chegou...

Traçando os destinos daquelas almas;

Que um dia, também passaram,

Sem rumores... na cidade,

Dos pés juntos!

E hoje, sem escolhas,

Jazem...tranquilamente,

Sob - Mármore Carrara!

Ensaio do fim, ou começo do ciclo vital,

Em anéis etéreos - elos invisíveis,

Ligando-os ao Fluido Cósmico Universal,

Que comanda e define tudo, inexorável,

Sepulcro fechado - Intermitente!

Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 07/06/2011
Reeditado em 08/07/2011
Código do texto: T3019614
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