Aleluia e o Tempo assim
Hoje é tempo de morrer.
Hoje é tempo de sofrer o fim.
Hoje o amor dói em mim,
retrato do triste fim.
Na lembrança do desfecho o desejo,
na agonia da cruz o amor e a dor.
Na conquista do tempo só o lamento.
A cruz é pesada e concreto,
a vergonha é amarga e constrói meu deserto,
na cede do desejo o gosto de fel,
o amargo gesto.
Machuca e fere o momento assim:
mas tudo tem que ser,
o sangue é o fim.
Só o tempo vai lembrar do meu melancólico e triste fim.
A sinfonia é triste,
a agonia retrata o desfecho,
o som fúnebre enterra minhas lembranças.
A alegria é só lembrança
e inunda o descontentamento.