Dói...
Dói-me agora o desengano dos dias
Foram tantas as fantasias manchadas de pranto
Que eu fiz da tristeza o meu recanto
Enquanto a alma andava vazia
É sempre pura a melancolia das horas
As lembranças mortas e desvairadas
Por dentre vielas, despojadas nas calçadas,
Seguindo de mãos atadas nas costas
Segue meu peito errante poeta
Juntando nos versos o que ainda lhe resta
De um pouco desejo de vida
Que faz o desespero findar ‘ numa‘ rima
É nas palavras tingidas de sentimento
Que meu alento se torna verdade
Que às vezes encontro a saudade
E vez por outra esbarro no contentamento