VERSOS AGONIZANTES
Sinto minha morte bem próxima,
pois já não é possível sonhar.
A cabeça anda tão dorida e pesada!
Sinto faltar-me o ar.
Sinto minha vida ir-se perdendo em bruma gélida,
sufocando-me e congelando meu corpo.
Os meus despojos hão de ser devorados pelos vermens
e depois de um tempo de mim nada mais restará.
Oh! Sinto a morte avizinhando-se do meu ser
e vislumbro uma mortalha sombria a envolver-me.
O coração parou.
O desejo cessou.
Silêncio...
...deixem-me morrer sozinho, por favor!
Num último verso agonizante.
_ Mas afinal de que morte o poeta perecerá? _ hão de perguntar.
_ De fome, de sede e de frio.
De uma doença chamada desesperança.
Amigos Recantistas: os presentes versos certamente pertencem a uma alma triste que inspirou o poeta. Nota do autor