Manuscrito

Eu não quis retocar meus olhos,

Quis primeiro ver o íntimo da tua alma,

Quis ler nas entrelinhas as frases incompletas que vinham de ti,

Busquei entender o que minh’alma queria dizer a mim.

As tuas palavras indecifráveis eram como açoite,

Criando feridas agonizantes,

Me vi em tempestade na nudez de uma noite escura,

Pedi pra ir embora, sem ter que olhar pra trás.

Em poucas linhas descrevi minha dor,

Num pesadelo infindável,

Sei que esse manuscrito será eterno,

Só até minh’alma desgarrar-se de mim.