Meus demônios
Meus demônios
Quando estou com meus demônios,
Me afasto...
Fecho-me tal qual casulo
Sem deixar rastros.
Deixo-me ficar sòzinha,
Sem parceiros...
Quando estou com meus demônios,
Te protejo.
Separo-me de ti e sigo adiante,
Para não me notares nos tentáculos
Do escondido...
Para te proteger, esqueço-te.
Para te dizer que te quero.
Para que te lembres de mim,
Após o tubilhão intenso...
Demônios - fragmentos do passado.
Demônios - mesa farta, banquete ardente,
Das ceias, dos místicos temores.
Demônios - que existem, mas não os desejo
Demônios - que executo a todos, nas preces profundas
Da minha existência e aniqüilo-os, sem piedade...
Deixo fluir o que me restou de benesses.
A vida, tu e a felicidade contigo, intensa e fecunda,
Das raizes que salvaguardei dos desencantos,
E que realizaram meu presente eterno
Sem contrastes, sem rimas, mas infinito...
Myriam Peres