CÃO SEM DONO

Se a ferrugem no sorriso entristecido desaponto,

contamina idéias e abusos meu encanto

não tenho pressa e nem tempo no entanto

só quimeras desvairadas por enquanto.

tampe os ouvidos feche os olhos nesse ponto

a sangria desta alma retalhada com tal pranto

é resquício desmedido da entrega do engano

as memórias e lembranças são rasgadas como pano

se eu num canto desencanto no entanto

por enquanto apareço por encanto

apague a luz, feche a porta, sinta o pranto

de ilusão cega os olhos desencanto.

se exponho a alma desapego ou desengano

é que a idéia do amor é abandono

futuro escuro de aquarela vou pintando

é que sozinho sinto-me bem um cão sem dono.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 27/05/2011
Código do texto: T2998003
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