:::: Caligrafia ::::

Não tenho muito tempo

Meus dias são como ventos

Desorientados...

E me corpo grita

E meus olhos ardem

Prendendo uma gota de medo...

Dói em mim algo sem nome

O grito que me consome

Ecoa de meu ser

E meu interior se abala

Minha mão incessante

Insiste em escrever!

Tudo gira

Numa velocidade anormal

Meu coração bate

Como nunca tinha batido

Busco em olhares vagos

Algum fio de infinito...

Não sinto meu corpo e,

Essa voz que sussurra a mim

Não para, não cansa

E é tão mansa e assustadora

Seria medo de uma escritora?

Qual escritora vive em mim?

Já se sentiu assim antes?

Como se não fosse nada?

Como se fosse uma folha rasgada?

....Uma grafia estranha

....Voz que não cala

...Ideia insana..?..

E eu, não tenho muito tempo

Então,

Prendo-me na minha caligrafia

Eternizo-me nas poesias que faço

Vivo nessa realidade insólita

E nas dores da alma me desfaço

Fico assim, no escuro, me agacho

E sem saber para onde vou

Perco-me na infinitude desse espaço!

Franca, 24 de Maio de 2011

Ás 21:24 em plena aula de produção de textos sentindo como se o mundo fosse apenas um ideia irreal.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 25/05/2011
Reeditado em 26/05/2011
Código do texto: T2992262