DESALENTO

O meu sonho é um rosto sem navio

Minha vida é uma âncora sem porto.

O meu sofrimento é um grande rio

Onde me sinto ir num barco morto.

Grande é o meu coração, como um vitral

que vai assim cheinho de ansiedades...

Revoltado me vou de original

me ser o choro fundo das saudades.

Aqui vivo na vida, sem viver,

o choro dos meus dias, neste nada

de sentir estas dores de não sofrer

na tristeza da minha caminhada...

A vida é o que a gente sente!

A vida é, como se vê,

O que dói profundamente

e não se sabe porquê.

LUIS COSTA

IN ANTOLOGIA FLORILÉGIO - 2 1987

TÓLU
Enviado por TÓLU em 25/05/2011
Reeditado em 07/09/2016
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