TÉDIO: A FERRUGEM DO HOMEM
Ao passar pela sala ele a observa sentada, olhando fixamente para a tv e pensa: Quando foi que esta caixa se fez mais que eu?
No começo eram risos soltos, tudo era motivo pra ficar junto e hoje existe um abismo que nos separa. Onde as filosofias de vida que eram aplaudidas de pé por nos dar a sustentação necessária foram simplismente trocadas pelo louça na pia ou pelo chinelo fora do lugar. Os dias eram rápidos, semanas e semanas voavam e depois os dias se tormaram torturas ao conhecer as voltas do ponteiro intermináveis que substituiu o sono de outrora. O silêncio entre duas pessoas que precisam por demais se falarem e que perderam o jeito e a vontade de viver a dois. O tédio está para o ser humano como a ferrugem está para o metal. Ele corroi vagarozamente suas estruturas e mancumanado com outra vilã, a rotina, transforma felicidade em mesmice e somente o Verdadeiro AMOR pode desfazer seus efeitos.