TRISTE MAR

Ruge o doloroso mar

Ruge seco vagas de horror

À escuridão encerra breve ciciar

Quase pranto soluçou

Águas tão frias de morte

Velando dormente oceano pálido

Iluminado a débil astro archote

Colorindo sublime leito mortuário

Vagas rolam sofridas

Silvos mórbidos a arrepiar

Águas morrem esquecidas

Envolvendo o infeliz mar

O pranto feroz pende

O céu escarneia choroso canto

Trepida escassas rochas rente

Ao mar de angústias, o soterrando

As trevas agora consomem

Resquícios do que foi mar

Estrelas ao horror se escondem

Não há mais o que amar

Deserto, areia, pobres vidas secas

Estrelas, lua, sol, todos a repousar

Ouve-se apenas cantos de endechas

É a penitência do triste mar

Zorzan
Enviado por Zorzan em 17/05/2011
Código do texto: T2976557
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