Coração Solitário


Saudade dolorida faz morada na noite calada

Inverno que se avizinha alma tristonha sozinha

Silêncio pétreo indiferentes contadores do tempo

Alma silenciosa a sorver amargo fel do desalento



Falta coragem para encarar uma vez mais frio leito

Que arrumado projeta indiferente sonhos desfeitos

Gélido espreitar das desoladas frestas da existência

Desejo de reconstruir com magia a esquecida alegria



Coração descompassado visita as imagens distantes

Lembranças de um tempo em que o viver era brilhante

O silêncio das porcelanas incomodadas pelo café frio

Mesa posta composta por tantas desilusões, calafrios



Fotografias amareladas revelam o plural da vida

Insistem em preservar felicidade no tempo perdida

Vivos fantasmas acomodados nos sofás da nostalgia

Festejam confortáveis desesperadora melancolia

(Ana Stoppa, 17.03.2011 03:20 hrs)



Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 17/05/2011
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