VIOLENTADO

Vivo na minha solidão que se consome nesta vasta vergonha,

Do cruel destino que me sorveu em asco deste sádico culpado;

O desprezo que escorre mais de mim de maneira tão tristonha,

Que já envolta nesta agonia, sofrerá eternamente ao meu lado.

Sou resto de alguém na mente destruída, por quem eu fui ferido,

Sou um mártir dessa violência animal, a saber, do teu próprio mal,

Sequelas por um ignorante desumano, numa atitude sem sentido,

Onde travou uma luta e ganhou a batalha, nesta vitória desigual.

Fui um menino rasgado na história de um desenho amaldiçoado;

Deixaram o meu sonho entrar em um infinito desejo de vingança,

Onde encontrei bem distante um lago de sentimentos desaguado,

Num vale de sombras frias, as quais consumiam minha esperança.

Minhas lágrimas em desejo de morte são os suores dessa aflição,

Que saem dos meus poros em dores de um choro vazio de amor.

Calafrios da alma oferecida ao infortúnio, sobra desta depravação.

Um coração frio, abandonado, jogado neste vale de intenso pavor.

Esse fim que espero sem o retorno de felicidade, será a sepultura

Da vida que em mim deixou de habitar; desde aquele violento dia

Que me levaram a inocência, meu amor se tornou a pura amargura.

A máscara do dia a dia só faz esconder-me nesta falta de alegria.

Venho pedir misericórdia na porta do tempo, que agora me arrasta

Em meio a este cego existir tão triste, nesses anos de consternação,

Que antes eram de paz e felicidade, dentro da minha alma tão casta.

Por favor, me levem dessa vida para curar de vez essa crucificação.

Só dentro de mim está a verdade do dano que minha mente sofreu.

Pena que me acolhe entre favores e agrado, nada disso me alcança.

Sou filho menino que cresceu, levo o destino que ainda não morreu,

Num paraíso onde o mal me esgotou quando deixei de ser criança...

O anjo da iniquidade me escolheu como um troféu da devassidão,

Depositado nas estantes da loucura, nessa casa sem abrigo e luz.

Preso na própria dor que findou os meus encantos nesta escravidão,

Vago por sombras da casa e nesse vale, para enterrar a minha cruz.

Setedados
Enviado por Setedados em 15/05/2011
Reeditado em 18/11/2011
Código do texto: T2971809
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