VOZES
Com a sua voz de trovão ele ordenou,
Que existissem a luz do sol e a do luar,
E sua sabedoria num só tom proclamou...
O brilho das estrelas e o infinito universo.
Foi criador dos animais, da terra e do mar,
E um único casal de humanos ele formou...,
Quais naquele paraíso pudessem multiplicar...
Com amor e admiração num eterno verso.
Mas, a vermelha e doce maçã que desejava,
A sombra deste pé, Eva comeu e a ofereceu,
Ao sibilar da serpente que tudo observava...
Esta que na realidade tinha um anseio inverso.
A proibição de nada adiantou por sua fraqueza,
Pelo sabor do pecado foi excitada..., se rendeu;
Começou ali essa grande jornada da incerteza...
Que dos dias passados em diante ficou no reverso.
Populações foram crescendo sem sintonia nem magia,
Muitas pessoas más e estranhas entravam em guerra,
O que era bom transformou-se em praga, em agonia...
Na voz sofrida de Deus, pelo desafio do povo perverso.
Calada agora, nenhum som, como a surpresa que virá,
Está morta por enquanto, mas eu sei que logo a ouvirei;
E nenhum ser, nesta voz poderosa do castigo, escapará...
Nunca mais vai se achar a razão deste mundo controverso.