Eu Parede


A solidão desse verso me encanta.
É tão minha, é tão santa.
Semi Deusa.

A solidão das paredes impregnadas  de tempo e frieza,
Na mesmice de árvore...
Mas... Árvores dançam ao vento.

Eu parede...
Muro - Morta
preferia ser porta dando passagem,
Preferia ser janela dando visão.
Ser a marquise que abriga o cão sarnento de abandono.
Ser chuva, ser vento, ser ar...
Ser o galho da árvore a dançar no mesmo lugar, com a mesma alegria.

Preferia ser qualquer coisa,
Menos essa parede fria, sem canto, sem poesia, sem perdão.

A solidão desses versos, me espanta...
Devora meu coração.

Laura Duque
Enviado por Laura Duque em 14/05/2011
Reeditado em 14/05/2011
Código do texto: T2969377