O Vulto
 

Há um vulto na sombra
Com o olhar fixo no infinito...
Parece estar aflito
Move os lábios engolindo o grito...
 
Espalma a mão sobre o coração
Como se pudesse aliviar a dor...
Pobre alma que silente chora
Tantos descalabros o fazem sofredor...
 
Voz impedida, palavras retidas
Inflamam, lhe dilacera as veias...
Gemidos convulsivos
Contorcem-se em suas vísceras...
 
Em meio a tantas derrocadas
Seu corpo deteriora em vida...
Nesta sombra surda, fria e tenebrosa
Toma-lhe o silencio invasor e brutal...
 
Sob o céu uma estrela espiritualiza
Luz de fé que lhe aquece e sacia a Alma
Tendo a esperança como alimento
Adormece agasalhado pelo firmamento...




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