O Papel


Rabiscos traçados,
Desencontrados...
Palavras desconexas
Borram o papel já amassado...

Emaranhado de linhas tortas
Outras imperceptíveis...
Não há cor no insípido papel
Sobre a mesa do tempo...

Ao longe uma coruja pia
Parece ser noite...
Densa neblina lhe é manto
Arrepios eriçam a pele...

Os dedos tentam em vão rabiscar
Silencio total das emoções...
Um vazio fantasmagórico
Engole os sentidos...

O vento gelado
Açoita os cabelos despenteados...
Varre da face a última lágrima
Esquecida ontem talvez....

O papel
Voou entre galhos e troncos...
Não importa mais...





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