Rubrique SS A

De quem é a culpa disso tudo?

Quem foi que disse que pra amar é preciso que doa um tanto assim?

Um tanto que fere, que deixa inconsciente

Que corta o fluxo dos dias

Que acorda outras dores já findas

E como podem findas?

Não amo agora, o mesmo que amei quando conheci

Pois somos outras pessoas

Na convivência, e no “eu te amo” diário

Vamos nos tornando um pouco mais nós mesmos

Você não me entende, né?

Não falo de rotina, o amor ainda é o mesmo

Já te acordei por eu estar com frio

Já te beijei porque estavas cansada e era tarde

Já te acariciei por eu estar em falta de carinho

Já chorei pois, mesmo ao lado, não estavas ali

E mais dói morrer por dentro

Do que qualquer outra morte que me poupasse isso

Eu vou ficar bem

Bem

Bem

Eu vou ficar bem

Até que eu me convença que isso é que é a verdade

E que não nos temos mais

Porque depois …

Quando a dor fizer cócegas no meu corpo cansado

Vou saber que é falta

Vou saber que é a mesma

Aquela não finda

Mas que a culpa, se é que se pode chamar culpa, não é tua

Nem é minha

É desse amor que morre de medo de amar.

Daniel S P – Rubrique SS A (09/05/2011)