Versos à revelia

E sigo assim, paripasso

Vencendo com ousadia

Tédio e o imenso cansaço

Que o viver sempre avia.

Venço a frieza do aço

Da indiferença que adia

O calor daquele abraço

Que sonhei, pensei um dia.

Fico a regar esse espaço

Jardim que teimo, em poesia

Fazer florir no compasso

Que permita a fantasia.

Colho as flores, belos cachos

Alguma ilusão vazia

Sabendo que estes despachos

São risos à revelia.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 03/05/2011
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