TORRES GÊMEAS
Eram duas formas de austera pujança
Dois arranha céus, dois colossos montes
Que roubavam as glórias dos horizontes
E cortavam as nuvens de uma lembrança.
Quando o sol batia a celeste luz refletia
Seus vidrais futuristas, seus reflexos,
Tão altos eram, tão amplos e complexos,
Nos seus cumes, indômita ventania.
Tudo neles era um mundo descomedido,
Eram o orgulho de seus compatriotas
Como que na vida jamais viram derrotas,
Visto que agora é um mundo esquecido.
Todo olho vos viu deitados sob as poeiras,
Uma neblina densa esparsa vos cobria
O desespero estampa a face que ali corria,
De rostos brancos feito fantasias grosseiras.
Fogo e ferro se fundiam em sangue e ossos,
E a dor não via espaço para o seu veneno,
Muito embora o tempo corria pequeno
Sob escombros que restaram dos colossos.
(YEHORAM)