Padecer no paraíso?!
Molhada na calçada estava a mãe, a mãe sem sapatos...
...Cochilando na cadeira de balanços estava a Mãe, a mãe desprezada.
Na mansão cheia de quitutes, estava a Mãe, sozinha...
Na madrugada fria ou gélida estava a Mãe, prostituindo-se...
Na alameda viril, de um lugar qualquer estava a Mãe, sorrindo, para sua barriga pontuda...que avizinhava um porvir futurista.
Na faxina de um banheiro qualquer estava a Mãe...que chorava ao lembrar de seus dez filhos...
Na cama em coma, em um hospital qualquer estava a Mãe...com um estranho acompanhante...
No poema que teço, agora, cá está uma Mãe, longe de seu filho, caçula...o mesmo que alisava meus cabelos, chorando, e dizendo te amo...mamãe....