Padecer no paraíso?!

Molhada na calçada estava a mãe, a mãe sem sapatos...

...Cochilando na cadeira de balanços estava a Mãe, a mãe desprezada.

Na mansão cheia de quitutes, estava a Mãe, sozinha...

Na madrugada fria ou gélida estava a Mãe, prostituindo-se...

Na alameda viril, de um lugar qualquer estava a Mãe, sorrindo, para sua barriga pontuda...que avizinhava um porvir futurista.

Na faxina de um banheiro qualquer estava a Mãe...que chorava ao lembrar de seus dez filhos...

Na cama em coma, em um hospital qualquer estava a Mãe...com um estranho acompanhante...

No poema que teço, agora, cá está uma Mãe, longe de seu filho, caçula...o mesmo que alisava meus cabelos, chorando, e dizendo te amo...mamãe....

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 02/05/2011
Código do texto: T2945310
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