Oh, não quero sonhar!
...O vento soprava a areia,
levantava o que era água,
das casas levava as telhas,
deixando-as vaziadas.
Construções em andamento,
e há tanto construídas...
Triste desmoronamento!
Abriam-se fundas feridas...
Viam-se choro, lamentações,
reclamos, xingamentos...
Vozes em coro, um tormento
- eram partidos corações.
Lembrando-me de nossa casa,
saí correndo alucinado.
Seus carinhos eu desejava,
e o amor que tem me dado.
Com triste cena me deparei.
Em prantos, não me contive,
vendo-a inerte, me aquebrantei...
Oh! Sem amor não se vive!
Profunda me veio a tristeza,
minhas lágrimas formaram rios.
O recomeço, as incertezas,
o desconsolo, feridos brios...
Assim sofri num sonho,
do qual eu quis logo acordar.
Era um cenário medonho...
Oh, não mais quero sonhar!