Céus de tristezas.

O primeiro céu das seis,

Reúne suas densas nuvens,

Para que as primeiras tempestades

Sucumbam as antigas horas,

Do último sol das outonais

Folhagens que caíram,

Que se foram...

Ah, e vão-se tão depressa!

Tal o extremo momento da inocência,

Em que os olhos

Saltando em curiosidade,

Reluz sua última presença

Ao despertar pra realidade.

Dos reluzentes sonhos de criança

Depositados no fractal brilho

Da última estrela

Que caiu que se perdeu,

E que não trará de volta

A primeira esperança,

Não mas.

E o cinzento céu cede suas

Primeiras chuvas,

De indecisas gotas,

Que tremulando, precipitam-se

Desordenadas,

Agitadas mediante o incerto vento,

Descendo,

Desde o nebuloso firmamento

Atingindo minh’alma errônea.

E o sentimento pesaroso

Passa-me por entre os ossos,

Minguando-me o âmago amargurado

- Momento eterno!

Difuso, profuso,

Implacavelmente confuso,

Longínquo de seu término.

E da gélida chuva que m’envolve

Acolho sua atroz frieza

Que me estagna,

Paralisa.

Ah, por onde andam as pessoas,

Quem eram os amigos

Que comigo caminhavam

Trilhavam os brilhantes caminhos,

Da inocência?

Se foram...

Ah, e vão-se tão depressa!

E o que me resta é só essa verdade,

- Eu só, com essa obscura verdade.

Dessa imaculada lembrança

Que me mantém mudo

Calado.

Esfinge petrificada da tristeza.

Tomb
Enviado por Tomb em 26/04/2011
Código do texto: T2932119
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