Céus de tristezas.
O primeiro céu das seis,
Reúne suas densas nuvens,
Para que as primeiras tempestades
Sucumbam as antigas horas,
Do último sol das outonais
Folhagens que caíram,
Que se foram...
Ah, e vão-se tão depressa!
Tal o extremo momento da inocência,
Em que os olhos
Saltando em curiosidade,
Reluz sua última presença
Ao despertar pra realidade.
Dos reluzentes sonhos de criança
Depositados no fractal brilho
Da última estrela
Que caiu que se perdeu,
E que não trará de volta
A primeira esperança,
Não mas.
E o cinzento céu cede suas
Primeiras chuvas,
De indecisas gotas,
Que tremulando, precipitam-se
Desordenadas,
Agitadas mediante o incerto vento,
Descendo,
Desde o nebuloso firmamento
Atingindo minh’alma errônea.
E o sentimento pesaroso
Passa-me por entre os ossos,
Minguando-me o âmago amargurado
- Momento eterno!
Difuso, profuso,
Implacavelmente confuso,
Longínquo de seu término.
E da gélida chuva que m’envolve
Acolho sua atroz frieza
Que me estagna,
Paralisa.
Ah, por onde andam as pessoas,
Quem eram os amigos
Que comigo caminhavam
Trilhavam os brilhantes caminhos,
Da inocência?
Se foram...
Ah, e vão-se tão depressa!
E o que me resta é só essa verdade,
- Eu só, com essa obscura verdade.
Dessa imaculada lembrança
Que me mantém mudo
Calado.
Esfinge petrificada da tristeza.