AS PENAS DA SOLIDÃO...

Estranho ver-me só,

Em meio a uma multidão

Meus olhos alcançam,

Pássaros ao longe, voando

Numa inóspita e selvagem

E imensa vastidão

Onde eu me sinto só

Apesar de tanta gente, em vão...

Pessoas me cumprimentam,

Aceno com a cabeça

Num gesto de assentimento

Mas ninguém me conhece

Não há ninguém que eu conheça

Mesmo assim, as cumprimento

Por mera e gentil educação

Pois elas não imaginam nada

Do que há ou não, em mim

Na minha vida afligida

Ou em meu infeliz coração

Quem eu amo, me abandona

Deixa-me ao meu destino entregue

Mesmo deixando-o a minha dona

Pouco me vê, ou me recolhe

No seu intimo viver...

Vou, portanto, caminhando

Em meio á esta multidão

Desconhecidos queridos,

Que me cumprimentam, correndo

Cada um na sua lida,

Uns vão outros vem...

Cada qual no seu destino

Não sei o que fazem, ou pensam

O que há lá no seu imo

Mas sei que cada um

Tem seu próprio modo de vida

Cada um na sua lida,

Ama, sofre sorri, ou não...

Mas sei também de mim

Que vou continuar assim,

Sozinho na multidão...

MUSICA TEMA DE FUNDO SUGERIDA:

Vanessa-mae - Bach (js): Toccata & Fugue In D Minor