O último adeus
Dor...frio, silêncio e solidão
Torturam o meu corpo desamparado
E no final dos meus dias
A cada noite abançoada
O meu espírito tantas vezes açoitado
Sente alívio, através destas grades
Onde o cárcere e a aflição
Me privam das alegrias
Nesta cela escura e apertada
Respiro mofo e umidade
Sentindo no ego o adeus da última alvorada
Tendo em cada sombra, a morte e sua irmandade
No meu peito o coração em pedaços
Esperando as horas preguiçosas
Horas... hora da morte no cadafalso
O destino é um carrasco
Que não perdoa enganos
Pune o culpado e o inocente
O tolo que se deixa acreditar
Nos caprichos e deslizes humanos
Às vezes a máscara da ilusão
Esconde a face cínica da verdade
Eu aprendi tarde a lição
Agora vejo o último por-do-sol
Respiro este ar pesado e ando em círculos
Meu último vestígio de liberdade.
Alézio