O último adeus

Dor...frio, silêncio e solidão

Torturam o meu corpo desamparado

E no final dos meus dias

A cada noite abançoada

O meu espírito tantas vezes açoitado

Sente alívio, através destas grades

Onde o cárcere e a aflição

Me privam das alegrias

Nesta cela escura e apertada

Respiro mofo e umidade

Sentindo no ego o adeus da última alvorada

Tendo em cada sombra, a morte e sua irmandade

No meu peito o coração em pedaços

Esperando as horas preguiçosas

Horas... hora da morte no cadafalso

O destino é um carrasco

Que não perdoa enganos

Pune o culpado e o inocente

O tolo que se deixa acreditar

Nos caprichos e deslizes humanos

Às vezes a máscara da ilusão

Esconde a face cínica da verdade

Eu aprendi tarde a lição

Agora vejo o último por-do-sol

Respiro este ar pesado e ando em círculos

Meu último vestígio de liberdade.

Alézio

indiopoeta
Enviado por indiopoeta em 15/11/2006
Código do texto: T292450