*** Desejo ***
Desejo
Ouço a chuva que caí pesada
O vento agitando os galhos das árvores lá fora
Pela vidraça se avista o mar que se emcapela e se agiganta
Entre relâmpagos e trovões minh’alma se inquieta e se agita
Como que aprisionada entre as incertezas da realidade aparente
Confunde-se.
Meu corpo preso entre grilhões quer partir...
Se libertar das amarras e já nada posso fazer
Sinto-a partir ganhar espaços, pegar carona no vento
Subir ao infinito, esquecer a chuva lá fora,
Passear no tempo, caminhar nas horas
Esquecer as amarras que me prendem ao solo
Deste amor doentio
Ser livre! Sair do submundo dos escombros
Da superfície da razão e deixar que afemeridade do tempo
Que se faz presente, já não sou ser pensante
Pois neste momento a alma cativa livre parte
Sem tempo para voltar aos seus grilhões...
Búzios, 09 de setembro de 1989
Darcy Bilherbeck.