SOLAR DA NOITE
Nas fendas da minha casebre
Raios inacabados de escuridão
Acorrentam sonhos até a imaginação
em que um chilrear se descobre
Inconformismo, dor e gritaria
Mas ambas não desviam pesadelos
que ainda se alongam na cantaria
Da esperança de minutos singelos
Nada sopra, nada refresca
Apenas a mão detida a uma folha
envia uma gota de vento na rolha
Enquanto durmo no apressar da ressaca
Mentes abraçam saudades
De antes pisar o mar vermelho
E das águas do século velho
Orvalhos perdem-se nas vaidades
Benguela, 13/04/2011