SOLAR DA NOITE

Nas fendas da minha casebre

Raios inacabados de escuridão

Acorrentam sonhos até a imaginação

em que um chilrear se descobre

Inconformismo, dor e gritaria

Mas ambas não desviam pesadelos

que ainda se alongam na cantaria

Da esperança de minutos singelos

Nada sopra, nada refresca

Apenas a mão detida a uma folha

envia uma gota de vento na rolha

Enquanto durmo no apressar da ressaca

Mentes abraçam saudades

De antes pisar o mar vermelho

E das águas do século velho

Orvalhos perdem-se nas vaidades

Benguela, 13/04/2011

Nkazevy
Enviado por Nkazevy em 20/04/2011
Reeditado em 27/12/2014
Código do texto: T2919755
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