Tênue tristeza.
Durante a noite,
Quando a chuva tocara
Sonolenta a vidraça,
Meu semblante transfigurara,
Se confrangera
Em mil tristezas,
Em mil lembranças se despedaçara.
Quantas frívolas paixões
fomentei,
Em entorpecentes
Noites de embriagues,
_Tentar trazer-te o olhar
Ao meu?
Quantas paginas rasguei,
Rasuradas por diversas vezes,
Em versos incompletos,
Buscando ser repleto,
Interino na tradução
Tênue,
Desse amor q’em contradição
Não me escolheu?
Ah, foi o meu amor
Tão inocente,
A não perceber
Os sinais incessantes
Do real desfecho iminente,
Do desleal tropeço...
Do jogo pândego
Do amor?
Durante a noite
Quando a chuva tocava
Sonolenta minh’alma,
E tudo se perdera
N’um soturno escuro,
Restando raro apenas,
Sua imagem pálida,
N’um reluzente instante
D’um relâmpago.